Se fosse pedido a você para falar uma característica de um empreendedor, qual você escolheria?
Eu atribuo a empreendedores ousadia, visão de futuro, disrupção, liderança, mas, acima de tudo, coragem. Essa seria minha palavra.
Pode ser por necessidade, intuição, vontade de mudar o mundo, pode ser por dinheiro, mas não podemos negar que empreender é um ato de bravura.
O indígena, Ailton Krenak, que é uma voz muito ativa na defesa do meio ambiente, disse em uma palestra recente que “a ideia de que o mundo está acabando é uma ótima desculpa para a gente não fazer nada. É mais fácil acreditar que o mundo em que nós vivemos irá acabar, do que introduzir mudanças nesse mundo.”
Ele atribui essa inércia, esse não fazer nada, a uma cretinice “escandalosa”, que seria um empobrecimento do espírito, e à falta de coragem.
Abraçar a agenda de sustentabilidade de forma profunda, desconstruindo vieses, enfrentando as questões complexas de frente, priorizando essa pauta de forma estratégica requer, também, muita coragem.
São inúmeros os exemplos de empreendedores ao redor do mundo que, orientados por um propósito, uma causa, já entregam soluções que enfrentam desafios sociais, ambientais, os chamados negócios sociais, mas essa pauta é para todos. Os negócios tradicionais também precisam se comprometer com essa mudança. Muitos já o fazem, mas os desafios impõe urgência.
“Nós temos que ter a capacidade de mudar o mundo em que estamos habitando”, continua Ailton Krenak na palestra que mencionei e queria concluir esse texto com menção a outro mineiro e a citação do trecho do meu livro preferido, Grande Sertão Veredas, do célebre Guimarães Rosa.
“O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.”
Minha admiração aos milhares de empreendedores que fazem diferença no mundo a partir dos seus negócios.
