O tempo só anda de ida
Essa era a frase escrita em uma plaquinha de metal, dessas que levam os nomes das ruas, números de casas e que, agora, decoram lares com frases que querem nos inspirar ou, simplesmente, nos lembrar da vida como ela é.
Quando o anúncio da loja de plaquinha, com essa sentença em destaque, apareceu no meu Instagram, eu tinha acabado de retornar da casa dos meus pais e, por dois dias, meu pai não se lembrava quem era a minha mãe.
Para ele, o tempo andou de ré. Meio torto, porque algumas lembranças do presente persistiram, e ele conseguia me reconhecer, mas levou para o passado o amor romântico, antes dele se tornar encontro, declaração e vida a dois.
“A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”
Albert Einstein
A obviedade da sequência do tempo não tem razão para nossa percepção sobre ele, não se aplica a todas as experiências e sua marcha não leva sempre a memória consigo.
Em idas e vindas, o tempo recuperou a memória e nem se lembra mais que, um dia, esqueceu.