Costumamos perguntar a uma criança, com uma certa frequência, o que ela quer ser quando crescer.
Já escrevi sobre isso na minha resenha do livro da Michelle Obama, citando um trecho em que ela diz que esta é uma das perguntas mais inúteis que um adulto pode fazer a uma criança (…) como se crescer fosse algo finito. Como se a certa altura você se tornasse algo e ponto final”.
Gosto desta provocação, mas o post de hoje é sobre outra pergunta que me pareceu bem útil para nós, adultos.
Recentemente, recebemos a Julia Medeiros, atriz, escritora, compositora, produtora cultural, enfim, tudo de múltiplo que um artista pode ser, para uma conversa com os colegas da FCA, empresa em que trabalho.
A Julia foi vencedora do Prêmio Jabuti 2019, na categoria Livro Infantil com seu primeiro livro “A Avó Amarela” e foi falar para a gente sobre infância colorida.
Entre poemas e músicas, tivemos uma boa conversa sobre o que é ser criança, a importância da infância para a nossa constituição como sujeito e como resgatar esta experiência para ressignificar nossa vida adulta.
Foi um papo lindo e emocionante e ela fechou nos convidando a responder a uma outra pergunta que, diferente daquela primeira que insistimos em fazer para nossas crianças, raramente nos fazemos como adultos e para outros adultos:
O que você deixou de ser quando cresceu?
Tenho pensado nisso com frequência e acho que preciso resgatar a curiosidade, o improviso, a leveza que encarava as coisas quando criança.
E você, já pensou sobre isso?
Foto de Sharon McCutcheon no Pexels